O que a Meditação pode fazer por nós e
pela nossa Produtividade?!
Entre os tópicos mais abordados nas tendências para a Gestão de Pessoas encontramos o bem-estar, a saúde mental e a felicidade no trabalho.
Com esta proposta não trazemos obviamente a solução, nem a cura, mas queremos enfatizar que pequenas medidas incrementais podem ajudar a ultrapassar simultaneamente vários desafios que se colocam nos dias de hoje à gestão do Capital Humano.
Tempos de incerteza, como os que vamos atravessando, não são bons para ninguém, o que deve manter-nos ainda mais focados em disponibilizar medidas concretas que verdadeiramente promovam o bem-estar mental e físico dos Colaboradores. A grande evolução dos últimos tempos é que situações ou episódios de ansiedade, stress, burnout, depressão ou mesmo dificuldades em encontrar um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, têm merecido uma atenção mais cuidada por parte da gestão de topo.
A Meditação é certamente a gota no oceano de soluções e iniciativas que as empresas e os Departamentos de Recursos Humanos podem cultivar. Como qualquer ferramenta mais intangível ou espiritual, a desconfiança ou o ceticismo que gera deve ser encarado com naturalidade. Mas não é por acaso que está presente nas big techs, no desporto de alta competição, nos grandes colossos financeiros, na exploração espacial e isso acontece porque vai trazendo resultados.
A verdade é que a Meditação é mais simples do que parece e o seu principal objetivo traz ótimos benefícios a quem pratica – manter uma mente calma, serena e com maior clareza, permitindo compreender e lidar com situações (adversas) do dia-a-dia.
Meditar potencia o treino da consciência para uma perceção saudável e positiva de tudo que nos envolve, com recurso à concentração, foco e tranquilidade. Não se trata de mergulhar para o subconsciente as situações difíceis, mas aprender a observar e lidar com estas de forma plena e consciente. Consiste em retirar uns minutos de atenção plena – PARAR – e tentar transportar e expandir esses pensamentos e sensações de equilíbrio e bem-estar para o resto do dia.
Mas, meditar no trabalho é possível? Atendendo que a meditação é universal (inclusiva até) e não requer tanto tempo quanto isso, pode fazer todo o sentido. Há algo mais importante do que por vezes simplesmente “desligar a ficha”? Acalmar a mente e regressar ao trabalho com um ritmo mais produtivo, um método mais eficaz, ideias mais criativas ou rentáveis, outra abertura de comunicação aos outros e globalmente um mindset mais positivo?
As empresas estão diariamente expostas a climas de pressão, concorrência à escala global e a ritmos estonteantes e isto reflete-se nas Pessoas levando a picos de stress, irritabilidade, impaciência, decisões menos ponderadas e respostas que com outro espírito ou atitude seriam diferentes. Agora mais do que nunca faz sentido PARAR, ouvir o corpo, acalmar a mente, refletir, recentrar e então agir. Perder 5 minutos agora para ganhar 30 mais à frente.
Vamos propôr alguns princípios básicos e etapas da Meditação, mas nada como alguém que nos ajude, oriente e treine neste processo – um Mental Coach. Afinal meditar é como qualquer outra atividade cerebral: com prática os bons resultados tendem a aparecer.
O que ter em conta e como meditar?
– Não seja demasiado exigente consigo mesmo, vai contra os princípios da meditação, lembre-se que a ideia é relaxar, descomplicar, deixar fluir, se não estiver a resultar pode tentar outra oportunidade.
– É mais fácil fazê-lo com períodos curtos entre 5 a 10 minutos, os resultados mesmo assim podem ser surpreendentes.
– A regularidade e consistência são seus aliados, fixar um horário diário pode ser uma solução, mas o importante é praticar.
– Procure um local tranquilo, sossegado e preferencialmente silencioso. O isolamento pode ser importante na meditação mas a abstração não significa que vai fugir do mundo ou fechar-se a ele, antes pelo contrário, vai trabalhar para que o mundo não o importune e as situações negativas deixem de o perturbar.
– Como banda sonora apenas fazem sentido melodias relaxantes ou sons da natureza.
– Todas as distrações devem ser deixadas de lado (televisão, telemóvel), é suposto ser um momento seu, consigo mesmo e preferencialmente com a maior abstração possível de tudo que o rodeia.
– A posição do corpo é mais importante do que parece, lembre-se que a meditação tem tudo a ver com equilíbrio e se o corpo estiver desconfortável, dificilmente resultará. Regressar à base pode ser importante, por isso a meditação é muitas vezes feita no chão, sendo fundamental uma base ampla e estável para sustentação do corpo. Manter a coluna direita é também um bom princípio.
– Outro fator crucial é a respiração. Também ela deve ser fonte de equilíbrio e paz. Deve ser calma, controlada e profunda, usando o diafragma para expandir os pulmões.
– Faça por relaxar, não há nada a temer, está a investir nuns minutos para si, é importante.
– Fechar os olhos pode ajudar no processo, experimente descontrair as pálpebras e se facilitar foque-se num ponto de luz imaginário, que pode ser no centro da sua testa ou no seu core abdominal, abrace a ideia de que esse ponto é o foco da sua energia vital.
– Tente esvaziar a sua mente, se ajudar foque-se num objeto, numa imagem que o deixe feliz ou na sua própria respiração. Se está a conseguir bloquear o fluxo de pensamentos: está no caminho certo, está a meditar. Não pensar em nada é positivo, mas não há nada de errado se surgirem à mente pensamentos negativos. E se isso acontecer, regresse ao ponto de partida, lembre-se que estes minutos são só seus. O principal objetivo é a abstração completa, mas vai demorar. Terá tempo para lidar com os problemas e preocupações quando voltar ao “ativo”. A ideia é aceitar, compreender, tolerar e manter um espírito positivo. Assim que a sua mente “descansar” vão surgir novas ideias e soluções, acredite nisso, confie em si, as respostas estão muitas vezes em nós e quase sempre mais próximas do que as imaginamos.
Breathe In, Breathe Out e Seja Feliz!