Responsabilidade Social: Um dos pilares na Gestão de Pessoas?
São cada vez mais as empresas que além da mera obtenção do lucro procuram encontrar o seu papel e contributo na Sociedade.
A Responsabilidade Social deve emergir da própria estratégia e missão da Empresa focalizando-se em 3 dimensões essenciais:
A tónica dada a cada uma destas componentes pode (e deve) variar de organização para organização, mas há dois traços comuns que garantem o sucesso da sua implementação:
– O envolvimento de todos os colaboradores;
– A cascata de públicos-alvo que deve ser considerada nas diversas iniciativas.
Bastávamo-nos ter ficado pela primeira premissa para perceber o grau de envolvimento que deve um Departamento de Recursos Humanos ter no âmbito da Responsabilidade Social (RS).
É na gestão do capital humano que se desencadeiam os processos de mudança e é nestes Departamentos que se catalisam o desenvolvimento de competências, atitudes e comportamentos individuais e grupais que promovem a produtividade e o (bom) desempenho. Não é novidade defendermos que as Pessoas estão entre as maiores vantagens competitivas das organizações, senão mesmo a mais distintiva de todas. E o espectro de alcance das medidas ou iniciativas de Responsabilidade Social são imensos:
– Trabalho de equipa: o alto desempenho resulta de equipas multidisciplinares que se complementam e que são versáteis. Têm um impacto direto positivo na satisfação ao nível da base e na tomada de decisão ao nível do topo.
– Engagement: a mera existência de algumas medidas ou políticas de RS promove um ambiente positivo que mantém os colaboradores focados e dedicados ao sentirem-se como parte integrante do processo e influenciadores das decisões organizacionais, especialmente quando têm impacto positivo na comunidade, nos recursos e no meio ambiente.
– Partilha de objetivos e resultados: não são raras as vezes em que as organizações procuram partilhar com os colaboradores os seus resultados (e por inerência os seus objetivos) e esta responsabilização partilhada tende a gerar um ciclo virtuoso em que as medidas de RS alavancam os resultados alcançados e resultados positivos tendem a gerar maiores contributos ao nível da RS.
– Recrutamento e seleção: os próprios critérios de equidade traduzidos nos processos de admissão podem constituir um benefício concreto para comunidades específicas e para a sociedade como um todo.
– Formação e desenvolvimento: quando as empresas apostam na melhoria das competências dos seus colaboradores acabam por o fazer não só em benefício próprio, mas aportando know-how ao indivíduo e à própria sociedade.
– Promoção de uma cultura ética: quando os colaboradores se revêm nas normas internas, códigos de conduta e regulamentos, isso contribui diretamente para comportamentos éticos no local de trabalho que tendencialmente se propagarão pela comunidade.
– Transparência: quando as empresas privilegiam a verdade mais próximas estão de cumprir com a legalidade formal e moral das suas atividades, melhor se adaptando e mais contribuindo para a sociedade.
– Bem-Estar: cada vez mais as organizações procuram introduzir medidas de bem-estar nas suas rotinas diárias e ao fazê-lo além de contribuírem para a dedicação, satisfação e motivação dos colaboradores estão a contribuir para uma sociedade mais equilibrada, inspirada e com uma mentalidade mais positiva.
– Direitos Humanos: mais do que um dever e responsabilidade das empresas, o respeito pelos direitos humanos influencia positivamente o sentimento de pertença dos trabalhadores, mais ainda quando essas causas fazem parte da matriz das organizações.
– Apoio económico a colaboradores: a criação de um posto de trabalho per si tem um contributo para a sociedade. Se a isto acrescentarmos os incentivos e benefícios mais ou menos tangíveis atribuídos no âmbito da relação de trabalho percebemos o alcance que estas medidas podem ter.
Com iniciativas e medidas de Responsabilidade Social as empresas tornam-se socialmente mais conscientes, fortalecem a sua marca, ganham capacidade para atrair e reter talento, desenvolvem uma reputação positiva, captam e fidelizam mais facilmente clientes que partilham os mesmos valores, promovem uma cultura empresarial mais rica e ajudam a moldar cidadãos mais participativos, melhores profissionais e no fundo melhores Pessoas. É isto que nos leva a crer que os Departamentos de Recursos Humanos têm um papel chave para traçar e implementar uma Cultura de Responsabilidade Social, ainda que tenham de ajustar o grau de profundidade e maturidade às realidades que gerem diariamente.