As Estatísticas de RH são um fim em si mesmo? Como colocar as Métricas ao Serviço do Capital Humano e da Empresa?
A entrega do Relatório Único sobre a atividade social da empresa é um exercício que consome bastante tempo e recursos, ainda mais quando não se dispõe de ferramentas capazes de automatizar processos. O uMan Global HR tem essa potencialidade porque sempre vimos a Gestão do Capital Humano acima do mero cumprimento de obrigações legais.
Há, no entanto, um espírito que o Relatório Único encerra e que se sobrepõe ao formalismo: a necessidade da Gestão de Topo definir, medir, acompanhar e melhorar a Gestão dos Recursos Humanos, se preferirmos, agora mais do que nunca a Gestão das suas Pessoas.
Bem sabemos que as Pessoas não são números, mas sabemos também que a melhor forma de monitorizar qualquer negócio é através dos números. O que deixa aqui um desafio acrescido nesta área porque devemos construir, traduzir e transpor indicadores, métricas ou rácios que têm dimensões intangíveis de grande peso (ou não estivéssemos a falar de Pessoas) mas que permitem tomar as melhores decisões em determinado momento, reduzindo os riscos inerentes a qualquer negócio.
Apenas para citarmos alguns exemplos simultaneamente imprevisíveis, impossíveis de estabilizar com rigor mas ao mesmo tempo centrais no valor das organizações. E há que assumir essa intangibilidade como algo natural e aos poucos procurar remar contra a maré, trazendo o máximo de objetividade para temáticas que não combinam muito bem com fenómenos mensuráveis (Keating, 2000).
Vamos sempre encontrar profissionais de Recursos Humanos que vão olhar o copo meio vazio ao pensar que medir o Capital Humano é uma arte não passível de avaliação por quem está de fora, mas apenas por quem gere as Pessoas no dia a dia. Ou profissionais que conseguem ver o copo meio cheio, procurando estabelecer indicadores e métricas que ajudam a apurar o grau de ligação das Pessoas à atividade empresarial (como podem ser bons exemplos o Relatório Único, o Balanço Social e outras estatísticas oficiais e não oficiais com que os Departamentos de Recursos Humanos se deparam quase semanalmente).
Compete aos profissionais de RH colocarem-se no papel da Gestão de Topo e perceber que dessa perspetiva o que não conseguimos medir: não conseguimos ver ou avaliar. Por isto, tradicionalmente, os Departamentos de Recursos Humanos (independentemente da sua designação formal) são apreciados como cost centers, unidades encaradas como um mal necessário e que implicam muitas vezes um custo avultado à empresa muitas vezes sem se saber exatamente porquê. Certo é que cada vez mais estes departamentos extravasam a mera gestão corrente das Pessoas com o incrível know how de as manter satisfeitas e motivadas e têm-se tornado unidades-chave quando vão conseguindo demonstrar a relação direta entre o crescimento da empresa e fortalecimento das suas Pessoas, ou seja, quando vão sendo capazes de traduzir as suas atividades em termos de retorno do investimento (Fitz-enz & Davison, 2002). E se o conseguirmos fazer com indicadores, rácios ou key performance indicators, tanto melhor. Mas não o podemos fazer só porque sim e sem espírito crítico, é necessário manter o foco e perceber que:
O mundo está extraordinariamente acelerado e assoberbadamente competitivo. Nestes tempos as organizações já não se podem dar ao luxo de manter colaboradores que não contribuam para os objetivos estratégicos e operacionais da empresa, nem isso se coaduna com uma retenção de talentos eficiente e eficaz.
A missão dos profissionais de Recursos Humanos passa entre outras tarefas por demonstrar à empresa o quanto as Pessoas ao seu serviço lhe acrescentam valor, numa perspetiva coletiva e sempre que possível individual.
Muitas vezes o primeiro passo, pode estar num estudo criterioso e cuidado de dados estatísticos já extraídos ou apresentados para outros fins, mas que não foram objeto de comparação com momentos anteriores ou não mereceram uma análise crítica, perdendo-se uma oportunidade de o demonstrar à Gestão de Topo.